Existem homens cuja paixão por automóveis não têm limites e António Abrantes é um deles.

Conhecido pela sua vocação singular como proprietário de uma funerária, ele encontrou uma maneira curiosa de celebrar a vida… através de dez Datsun’s 1200 impecavelmente restaurados. Para ele, esses carros não são apenas pedaços de metal e borracha, são capítulos de uma história de amor e adrenalina.

Nos anos 70, o Datsun 1200 conquistou corações e mentes em Portugal. Com um motor modesto mas uma agilidade surpreendente, tornou-se uma presença habitual e vitoriosa em ralis e circuitos. Era um carro-escola para jovens aceleras e candidatos a pilotos, ensinando-os na arte da condução com precisão e estilo.

Hoje, o empresário funerário António Abrantes é o zelador de um verdadeiro harém automobilístico. Cada um dos seus dez Datsun 1200 brilha como uma joia sob o sol e aquele que apresenta a matrícula AF-45-15 não é exceção.

Adquirida em 2013, esta cinquentenária viatura de 1973 foi restaurada com uma dedicação que beira a devoção religiosa. Para António Abrantes, cada volante, pedal, friso ou rugido de motor é uma ode a uma era dourada de automobilismo. É por assim ser, que ele circula por Águeda, ou qualquer cidade ou local, com um ligeiro sorriso de quem sabe que encontrou um amor eterno – ou dez, para se ser mais exato.

Enquanto cuida de seus negócios e oferece os últimos serviços aos seus clientes com dignidade e respeito, António Abrantes mantém viva uma paixão que transcende o tempo. Com os seus carros impecáveis, não podemos deixar de pensar que ele não está apenas preservando veículos, mas também uma parte importante da nossa história automobilística.

E assim, entre despedidas e celebrações de vidas bem vividas, António Abrantes continua a sua própria jornada ao volante dos seus amados Datsun 1200, levando consigo a lembrança de uma época em que a velocidade e a destreza eram as verdadeiras rainhas das estradas.